COP 30 no Brasil: o que é o evento e que polêmicas gerou? - Resenha crítica - 12min Originals
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COP 30 no Brasil: o que é o evento e que polêmicas gerou? - resenha crítica

COP 30 no Brasil: o que é o evento e que polêmicas gerou? Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: COP 30 no Brasil: o que é o evento e que polêmicas gerou?

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ISBN: 

Editora: 12min Originals

Resenha crítica

Em novembro de 2025, Belém do Pará receberá a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30. O encontro reunirá mais de 190 países para negociar compromissos de redução de emissões, financiamento climático e estratégias de adaptação. A escolha de Belém como sede foi simbólica: pela primeira vez, uma COP acontece no coração da Amazônia, região considerada crucial para a estabilidade climática global.
O Brasil, ao sediar o evento, busca reforçar sua imagem de liderança ambiental, projetando a Amazônia como centro do debate. Mas junto com expectativas vieram polêmicas: obras de infraestrutura que afetam áreas sensíveis, aumento nos preços de hospedagem que ameaça excluir delegações de países pobres, críticas sobre a participação da sociedade civil e até controvérsias culturais ligadas ao cardápio oficial do evento.
Neste radar, vamos explicar o que é a COP30, por que o evento importa, quais controvérsias já estão em curso e o que está em jogo para o Brasil e para o mundo. Expectativa e realidade se cruzam em um dos maiores encontros diplomáticos da década.

O que é a COP e por que ela importa

A COP é a reunião anual dos países que assinaram a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, em vigor desde 1994. Desde então, tornou-se o fórum central de negociações climáticas globais, palco de acordos como o Protocolo de Kyoto (1997) e o Acordo de Paris (2015).
A COP30 será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém. O foco principal será revisar os compromissos de cada país para limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Também entram na pauta a transição energética, o financiamento para adaptação de países em desenvolvimento e a preservação de ecossistemas vitais como florestas tropicais.
O evento é relevante porque funciona como espaço de pressão e diplomacia. Países mais ricos são cobrados por metas mais ambiciosas e pela promessa, ainda não cumprida integralmente, de destinar 100 bilhões de dólares anuais a nações mais vulneráveis. Países em desenvolvimento, como o Brasil, apresentam suas próprias propostas, muitas vezes condicionadas a esse financiamento.
Em resumo, a COP não é apenas um espaço técnico, mas também político. É onde governos, empresas e sociedade civil disputam narrativas sobre como enfrentar a crise climática — e quem deve pagar a conta.

Por que Belém foi escolhida

A escolha de Belém como sede da COP30 tem valor simbólico e estratégico. A Amazônia concentra a maior floresta tropical do planeta, fundamental para absorção de carbono e regulação climática. Também é uma região sob intensa pressão: desmatamento, mineração ilegal, conflitos fundiários e vulnerabilidade de povos indígenas.
Sediar a COP em Belém coloca esses temas no centro das negociações. É uma forma de trazer os debates para perto da realidade da floresta e das comunidades locais. O governo brasileiro apresentou a candidatura como oportunidade de mostrar compromisso ambiental e de valorizar o Norte do país, historicamente marginalizado nos grandes eventos internacionais.
Mas a escolha também expõe desafios logísticos. Belém tem infraestrutura limitada para receber dezenas de milhares de visitantes. A cidade precisará de obras no aeroporto, na rede hoteleira e na mobilidade urbana para dar conta da demanda. Esses investimentos, que somam bilhões de reais, levantam dúvidas sobre execução em tempo hábil e sobre impactos socioambientais.
Assim, Belém representa tanto um símbolo de protagonismo amazônico quanto um teste de capacidade administrativa e de coerência ambiental. O sucesso ou fracasso da experiência influenciará não apenas a imagem do Brasil, mas também a percepção global sobre a viabilidade de realizar grandes encontros climáticos fora dos tradicionais centros urbanos do Norte global.

A logística e os custos do evento

Estima-se que a COP30 reúna mais de 40 mil participantes em seus principais dias, entre delegações oficiais, imprensa, ONGs e sociedade civil. Esse número coloca enorme pressão sobre Belém, cidade com pouco mais de 1,3 milhão de habitantes e rede hoteleira limitada.
O orçamento previsto gira em torno de R$ 6 bilhões, englobando reformas no aeroporto, obras viárias, centros de convenções e serviços de segurança. Parte dos custos deve ser coberta pelo governo federal, outra pelos governos estadual e municipal, além de parcerias privadas.
Entre as principais obras está a Avenida Liberdade, uma rodovia de cerca de 13 km cortando área de proteção ambiental, que já gerou críticas de ambientalistas. Também estão previstas melhorias no transporte público e adaptações para acessibilidade.
Os custos geram debate: defensores dizem que deixarão legado de infraestrutura para Belém; críticos argumentam que os investimentos poderiam ser feitos sem impactos ambientais e questionam se haverá benefícios de longo prazo para a população local.
O desafio, portanto, não é apenas organizar a conferência, mas fazê-lo de forma sustentável e inclusiva. O histórico de eventos internacionais mostra que, muitas vezes, obras emergenciais priorizam a visibilidade, mas deixam dívidas e estruturas subutilizadas após o encerramento.

Polêmica da hospedagem e da exclusão social

Uma das polêmicas mais visíveis envolve a hospedagem. O aumento nos preços de hotéis em Belém, após o anúncio da COP30, foi imediato. Relatos apontam tarifas multiplicadas por cinco ou seis vezes, tornando inviável a estadia de delegações de países mais pobres e de organizações da sociedade civil.
A ONU chegou a limitar o número de funcionários enviados ao Brasil por causa da falta de leitos acessíveis. Isso acende um alerta: se a COP, que deveria ser inclusiva, se transforma em um espaço dominado por países ricos e grandes corporações, perde legitimidade.
Além da hospedagem, há críticas sobre a falta de transparência na distribuição de credenciais e sobre como serão garantidos espaços de participação para povos indígenas e comunidades locais. Ativistas argumentam que a COP em Belém só fará sentido se incluir de fato aqueles que vivem a realidade da Amazônia, e não apenas delegações estrangeiras.
Esse debate escancara uma contradição: enquanto se fala em justiça climática, barreiras econômicas e logísticas podem excluir justamente quem mais sofre com os efeitos da crise. A polêmica da hospedagem, portanto, não é detalhe administrativo — é símbolo de um problema maior: a desigualdade de vozes dentro do próprio processo multilateral.

Obras e impacto ambiental 

O paradoxo mais gritante da COP30 é que obras feitas para receber um evento sobre clima podem gerar impactos ambientais significativos. O exemplo mais citado é a Avenida Liberdade, rodovia planejada para ligar zonas de Belém ao futuro centro de convenções. Ambientalistas denunciam que o traçado corta áreas protegidas, ameaça espécies e fragmenta ecossistemas.
O governo defende que a obra é necessária para garantir mobilidade durante a conferência e que foram feitos estudos de impacto. Mas especialistas alertam que os prazos curtos e a pressão política comprometem a qualidade das análises e das medidas de mitigação.
Outras intervenções também levantam preocupações, como dragagens e expansões urbanas em áreas sensíveis. Há o risco de repetir padrões já conhecidos: projetos apresentados como “legado” acabam beneficiando empreiteiras, mas deixam pouco para a população local.
Essa polêmica é particularmente delicada porque atinge a credibilidade do Brasil. Se o país, enquanto anfitrião, não consegue organizar uma COP sem comprometer a própria floresta, como convencerá o mundo de sua capacidade de liderar a agenda climática? O episódio reforça que a coerência entre discurso e prática será observada de perto pela comunidade internacional.

Cultura, identidade e polêmicas alimentares 

Outro ponto de controvérsia surgiu em 2024, quando o edital de alimentação da COP30 inicialmente excluiu pratos tradicionais do Pará, como açaí, tucupi e maniçoba. A decisão gerou reação imediata de autoridades locais, chefs e movimentos culturais, que viram na medida uma tentativa de descaracterizar a identidade amazônica.
O Ministério do Turismo interveio, e o cardápio foi revisto para incluir a culinária regional. Ainda assim, o episódio deixou marcas, evidenciando a tensão entre a padronização internacional de eventos e o respeito às culturas locais.
A gastronomia é apenas um exemplo de uma questão mais ampla: como garantir que a COP30 reflita a diversidade da Amazônia em vez de apenas reproduzir uma lógica globalizada? Para povos indígenas e comunidades tradicionais, ser representado no evento não significa apenas falar em plenárias, mas também ter sua cultura valorizada e respeitada.
Nesse sentido, as polêmicas culturais se conectam diretamente à pauta climática. Afinal, a preservação da floresta depende também da valorização das práticas culturais e alimentares que a sustentam. Excluir esses elementos é reforçar uma visão que trata a Amazônia como cenário, não como sujeito ativo.

Diplomacia e compromissos em jogo

Do ponto de vista diplomático, a COP30 é estratégica para o Brasil. O país pretende usar o evento para reforçar sua imagem de liderança ambiental, apresentando resultados no combate ao desmatamento e pressionando outros países por metas mais ambiciosas.
O diplomata André Corrêa do Lago foi nomeado presidente da conferência, sinalizando a aposta do governo em experiência e credibilidade. O Brasil já pediu formalmente que todos os países entreguem novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até novembro, com metas compatíveis com 1,5 °C.
Além disso, o Brasil quer pautar o financiamento climático, cobrando mais recursos para nações em desenvolvimento. A expectativa é que a COP30 seja momento de anunciar mecanismos mais claros de repasse, especialmente para preservação de florestas tropicais.
O desafio é que a política climática global está travada por disputas entre grandes emissores, como Estados Unidos, China e União Europeia, e por crises geopolíticas que desviam atenção. O Brasil terá de equilibrar ambição diplomática com realismo político, evitando que a conferência se torne apenas palco de promessas não cumpridas.

O que está em jogo para o Brasil

Para o Brasil, a COP30 vai além da diplomacia climática: é um teste de imagem internacional. O país terá a chance de mostrar ao mundo que pode conciliar desenvolvimento com preservação ambiental. Se conseguir reduzir o desmatamento e ampliar sua matriz renovável, reforçará seu papel como potência ambiental.
Ao mesmo tempo, o evento expõe fragilidades. Problemas logísticos, exclusão de comunidades locais e contradições em obras de impacto ambiental podem minar a narrativa oficial. A imprensa internacional estará atenta a qualquer incoerência entre discurso e prática.
Internamente, a COP30 também tem peso político. O governo federal usará o evento para mobilizar apoio às suas políticas ambientais e para demonstrar protagonismo internacional. Para o Pará, é oportunidade de investimentos e visibilidade, mas também risco de críticas se os benefícios não forem distribuídos de forma justa.
Em última instância, o que está em jogo é a capacidade do Brasil de transformar um megaevento em legado real: políticas públicas mais consistentes, maior inclusão social e valorização cultural da Amazônia. O sucesso ou fracasso da COP30 terá repercussões que vão além de novembro de 2025, influenciando a política climática global na próxima década.

Notas Finais

A COP30, em Belém, será um dos maiores desafios diplomáticos e logísticos já enfrentados pelo Brasil. O evento combina oportunidades e riscos em igual medida. De um lado, a chance de colocar a Amazônia no centro do debate climático, reforçar compromissos globais e projetar liderança ambiental. De outro, polêmicas sobre exclusão social, impactos ambientais e contradições culturais.
Para além das negociações técnicas, a conferência será um teste de coerência: o Brasil conseguirá organizar uma COP que reflita justiça climática e inclusão? Ou acabará reforçando desigualdades e contradições?
A resposta dependerá de decisões práticas nos próximos meses, da capacidade de incluir vozes locais e da transparência nos compromissos firmados. A COP30 é, ao mesmo tempo, vitrine e espelho: mostrará ao mundo como o Brasil se vê e como quer ser visto.
Se sair fortalecida, será lembrada como a COP da Amazônia e da justiça climática. Se fracassar, ficará marcada pelas polêmicas que já a cercam. De qualquer forma, será um ponto de inflexão para o debate global sobre o clima — e para o papel do Brasil dentro dele.

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